Morte por geladuras – Medicina Legal
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Morte por geladuras – Medicina Legal


Perícia Criminal Brasil
Geladuras

Dentro da medicinal legal existe o estudo sobre as características dos resultados no corpo humano tendo como causa as energias de ordem físicas. Tais como calor, frio, oscilações bruscas de temperaturas, pressão atmosféricas e eletricidade. Todas estas áreas de pesquisa são extensas e importantíssimas no trabalho da perícia criminal. Desta maneira, vamos abordar neste momento as influências do frio na análise pericial.


Inicialmente, vale ressaltar, que um termo não muito conhecido no senso comum, mas muito abordado por quem atua na área é Geladura. Trata-se de nomenclatura equivalente à queimadura, mas originada pelo frio. 




O frio causa estresse físico fazendo com que o organismo precise gerar mais energia e isso pode levar a um discreto aumento na pressão arterial e do ritmo do coração, além da vasoconstrição periférica (vasos sanguíneos ficam mais estreitados, como forma de proteção à perda de caloria) e da isquemia nos tecidos. Também impõe ao corpo respostas do sistema nervoso que é alterado de maneira que pode gerar sonolência e até convulsões. Consequentemente, se enfrentadas situações extremas, pode-se levar a morte.



Especificamente quanto às geladuras, as marcas deixadas no corpo humano se dividem em quatro graus. Sendo que no primeiro grau é perceptível na pele palidez ou rubefação local e aspecto anserino (semelhante à pele de pato ou ganso). No segundo grau encontramos eritemas (rubor congestivo da pele) e formação de bolhas de conteúdo claro e hemorrágico. No terceiro grau há necroses dos tecidos moles com formação de crostas enegrecidas. Por fim, o quarto grau é facilmente identificado pela gangrena, que pode ser úmida (se a oclusão vascular é incompleta), ou gangrena seca (se a trombose vascular é completa) ou a desarticulação do corpo.



Mas deve-se deixar claro que identificar o frio como causa da morte requer alguns sinais corpóreos como hipóstase vermelho-claro, rigidez cadavérica precoce, sangue de tonalidade menos escura, sinais de anemia cerebral, congestão polivisceral, espuma sanguinolenta nas vias respiratórias, infiltrado hemorrágico na mucosa gástrica (Sinal de Wischnewski). Ou seja, nem sempre um corpo que está na neve congelado teve sua vida encerrada por causa do frio. Pode ser, por exemplo, algum caso em que veio o óbito primeiro e algumas marcas daqueles graus de geladuras sejam criadas após a morte.

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