A Balística Forense e o Perito Criminal
Atualizado: 1 de set. de 2019
Dentre os muitos ramos do trabalho da Perícia Criminal Oficial, hoje traremos algumas informações sobre a Balística Forense. É a área de conhecimento que analisa as armas de fogo, a munição e os efeitos dos tiros. Obviamente para ser motivo de encaminhamento para algum órgão pericial esta evidência deverá ter alguma relação com delitos apurados pelas forças de segurança.

Inicialmente, é bom lembrar que a ação da arma de fogo se dá por meio de reações químicas, neste caso, ação dos gases. A partir de um elemento propulsor/propelente (pólvora) a força gerada dentro da arma é destinada para lançar projéteis. Ou seja, a munição é o projétil a ser disparado incluindo o cartucho (estojo) com um propelente no seu interior. Em sua ponta fica o projétil e na base o elemento de iniciação (espoleta). No momento da ignição da reação há uma explosão dentro do estojo no qual os gases se expandem muito rapidamente e com a força para empurrar o projétil na direção apontada pela arma.
A balística forense pode ser dividida em três linhas de análises: Balística Interna (estuda a estrutura, mecanismos e funcionamentos das armas); Balística Externa (estuda a trajetória do projétil, desde a arma até o anteparo final); e a Balística dos Efeitos (estudas os efeitos gerados pelo projétil, também conhecida como balística do ferimento).
Atuando dentro da área da Balística Interna, por motivos de segurança, a primeira ação a ser tomada pelo perito ao analisar uma arma de fogo é verificar se ela está desmuniciada. Verifica-se o tambor, carregadores removidos, munição na câmara de explosão e se não ficou alguma munição no cano da arma após algum defeito durante o disparo anterior. Em seguida, na análise direta ou imediata, aquela feita na própria arma utilizada no delito, é definido se o artefato realmente tem condições de efetuar disparos por meio do Exame de Eficiência e Prestabilidade.

Após a análise, o perito deverá informar se a arma pode disparar algum tiro. Caso não possa, será necessário apresentar o motivo da ineficiência. De qualquer maneira, o trabalho de identificação deverá ser minucioso para descrever a arma, objetos e munições analisados. Espera-se do laudo dados como formato, aparência, dimensões, marcas, sinais aparentes, numerações, estado de conservação, além de outras informações consideradas necessárias para o trabalho pericial e policial.
Com relação aos projéteis os itens a serem levantados são: constituição (formato e material), o peso (massa em gramas), diâmetro da base, comprimento, calibre, número e orientação de ressaltos e cavados e deformações acidentais.